O albino da voz dourada

O músico de hoje vem do Mali, mas é conhecido por toda África e além. Salif Keïta é músico e cantor, marcado não só pelo seu talento, mas por sua característica física, o albinismo, e sua descendência imperial: descende diretamente do fundador do Império Mali, Sundiata Keita.

Nascido em 1949, por ser da família imperial, não poderia exercer uma função social destinada aos subalternos, conhecidos como griots, que são os contadores de história em muitos povos africanos. Por seu albinismo, passou muitos anos sem contato com outras pessoas, porque na cultura local, albinismo é um sinal de azar. Mas sua paixão pela música foi mais forte que o sangue e os preconceitos e ele hoje não só é músico profissional, como é conhecido por Voz Dourada de África.

Sua música mistura os sons tradicionais da África ocidental com música islâmica e tem influências da Europa e América. Além de cantar, ele toca balafon, djembê, guitarra, kora, órgão, saxofone e sintetizador.

O vídeo abaixo é da música Africa, que escolhi pelo som (claro!), pela plástica do vídeo e como homenagem pelo dia de ontem, 25 de maio, no qual se comemora o Dia da África.

Saiba mais sobre o músico, visitando sua página na internet, a African Music Encyclopedia e a Wikipedia.

Saiba mais sobre os albinos na África em matéria feita pelo Eduardo Castro para a Agência Brasil.

Não temos mais Malangatana

– Tem um Malangatana aí?
– Infelizmente, não temos mais.

Houve um tempo que havia a nota de cinco mil meticais em Moçambique. Essa nota foi desenhada pelo famoso pintor Malangatana, um ícone da cultura moçambicana. As pessoas nas ruas quando queriam saber se a outra tinha dinheiro referiam-se ao nome do artista. A história me foi contada hoje, pelo apresentador de televisão Gabriel Júnior, ao relembrar os vários momentos da vida de Malangatana, que faleceu nesta quarta-feira, 5 de janeiro de 2011, às 3h30, em Portugal.

Malangatana Valente Ngwenya nasceu no distrito de Marracuene, ao lado de Lourenço Marques, hoje Maputo. Seus primeiros quadros foram vendidos na década de 60. Estudos formais, fez só até a terceira série. Aos 11 anos já começou a trabalhar.

Artista completo, fez cerâmica, tapeçaria, gravura e escultura, foi poeta, ator, dançarino e músico. Mas foi pelas pinturas que ficou mais conhecido. Foi nomeado Artista pela Paz, pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Chegou a ficar 18 meses preso pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), acusado de pertencer à Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique). Foi libertado por não se conseguir provar vínculo à resistência colonial.

Mas a sua ligação com o momento político do país sempre foi clara, tornou-se famoso mundo afora justamente pelos retratos que fez da guerra pela independência em Moçambique. Em suas pinturas, até o fim, retratou o cotidiano e muitos rostos. Às vezes tristes, às vezes alegres. Sempre com cor, muita cor.

Moçambique respira Malangatana

Em Maputo, sua arte está em todo canto. Nas paredes Ministério do Interior, nas instalações da Unesco e em grandes painéis do Museu de História Natural, como vemos nas fotos tiradas durante visita que eu e o Eduardo Castro fizemos.

Painel de Malangatana no Museu de História Natural a

rostos de Malangatana no Museu de História Natural

Veja mais no ElefanteNews, na Agência Brasil, no site Lux.pt e no Moçambique para Todos.

Navegação turbulenta no rio Zambeze

Pelo menos na área das relações internacionais, assim tem sido.

Primeiro, vamos conhecer o tal rio.

rio Zambeze, entre Beira e Quelimane

O rio Zambeze termina entre Beira e Quelimane

Agora, pode se ajeitar na cadeira, porque lá vem a história…

Essa semana, várias vezes acompanhamos nos noticiários daqui matérias sobre a navegação experimental no rio Zambeze praticada pelo governo do Malawi.

No dia 23 de outubro último, o presidente do Malawi, Bingo wa Mutharika, estava em um evento — inauguração do porto de Nsanje — a aguardar uma embarcação que deveria chegar no rio Chire (no mapa abaixo grafado Shire), que banha a parte sul do Malawi e deságua no Zambeze, para depois encontrar o Oceano Índico.

Malawi

No entanto, wa Mutharika ficou na espera. A embarcação esperada tinha sido interceptada ainda em Moçambique. A razão é que o governo moçambicano entende que seu vizinho deveria aguardar o término de estudos de viabilidade e de impacto ambiental da navegação nos rios Chire e Zambeze antes de iniciar as navegações.

Moçambique alega ainda que os presidentes do Zimbabwe e da Zâmbia foram convidados formalmente para o evento em Malawi, enquanto Moçambique, diretamente interessado, recebeu uma nota verbal ao seu Alto Comissariado naquele país, solicitando a confirmação da participação de seu presidente, Armando Guebuza.

Para completar o estrago diplomático, o adido militar da missão diplomática do Malawi em Moçambique, James Kalipinde, encontrava-se na embarcação e teria saído de Maputo sem a devida autorização do Ministério da Defesa Nacional (MDN), procedimento padrão.

O adido militar foi detido pela Polícia da República de Moçambique (PRM), tendo ficado na cidade de Quelimane (província da Zambézia) até o dia seguinte, quando se confirmou que ele era um diplomata.

Por seu lado, o governo do Malawi, na figura do alto comissário em Moçambique, Martin Kansichi, diz estar indignado com a forma como o governo moçambicano trata o processo. Para ele, Moçambique teria quebrado acordo entre os dois países que, pelo entendimento malawiano, previa a realização de uma viagem experimental para provar a navegabilidade dos rios até o porto de Nsanje.

“Existem documentos que comprovam que existe um acordo que prevê a realização de uma viagem experimental. O Malawi é um país que respeita os procedimentos” afirmou Kansichi em matéria do jornal O País. De acordo com o embaixador malawiano, esta viagem experimental não necessita estudo de viabilidade.

Kansichi manifestou-se ainda indignado com declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Oldemiro Baloi, a respeito do caso. Em entrevista coletiva, Baloi qualificou os malawianos como impacientes e os acusou de estar a forçar o avanço do projeto, sem observar a necessidade dos estudos de viabilidade e de impacto ambiental.

Turbulência histórica

As relações entre os dois países iniciaram na década de 1960, quando o Malawi conquistou a independência. Depois de 1975, independência de Moçambique, o relacionamento ficou tenso, devido às diferenças nas ideologias políticas seguidas por cada um dos países.

No artigo Relações entre Moçambique e Malawi, Saite Júnior explica que Moçambique seguiu a orientação socialista e Malawi era apoiado pelos países capitalistas, tendo também se tornado aliado dos regimes colonial fascista português e do apartheid da África do Sul.

Entre 1976 e 1992 Moçambique viveu sob uma guerra civil e Malawi apoiou a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), contra a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), movimento reconhecido internacionalmente por ter lutado pela independência do país e negociado com Portugal por meio dos Acordos de Lusaka. A Frelimo foi a força política que assumiu o poder de forma constitucional.

No final do século, no entanto, Moçambique abriu-se ao mercado internacional do ocidente, rendendo-se ao regime democrático liberal e ampliando suas relações diplomáticas. Do outro lado, com o fim do apartheid, o Malawi perdeu o seu aliado estratégico, e devido à posição geográfica, viu-se na obrigação de rever suas relações, para garantir acesso aos corredores de desenvolvimento de Nacala e Beira e poder alcançar o Oceano Índico.

As relações vinham sendo pacíficas até 2009, quando ocorreu o incidente de Ngaúma: agentes da polícia do Malawi invadiram Moçambique e causaram a destruição por completo de um quartel da Força de Guarda de Fronteira do distrito de Ngaúma, na província de Niassa. Meses depois, o presidente malawiano Bingo wa Mutharika, esteve em visita oficial de Estado a Moçambique e o país esperava ouvir um pedido de desculpas oficial, o que não aconteceu. Então, diante do clima tenso, wa Mutharika viu-se obrigado a interromper bruscamente a visita.

Ao longo dos anos, vários outros incidentes foram contabilizados, como o de maio deste ano, quando seis moçambicanos foram condenados à pena de morte no Malawi. Depois de negociações conseguiu-se converter as penas para prisão perpétua.

Ou seja, a relação é complicada e, nesses casos, a atenção deve ser redobrada em qualquer ação ou palavra. Fiquemos atentos.

Tenha mais informações sobre o episódio dessa semana em matéria que o Eduardo Castro fez para a Agência Brasil e publicou no ElefanteNews.

Veja mais em Zambeze: um rio de problemas e incidentes diplomáticos.

Sobre a troca de acusações, leia detalhes em Malawi considera provocatórias declarações de Baloi.

Conheça a posição dos ambientalistas, em matéria divulgada pelo blog Moçambique para Todos intitulada Ambientalistas descartam navegabilidade do Zambeze.

E saiba mais sobre a relação histórica entre os dois países, aqui, no citado artigo de Saite Júnior.

Independência?

Ontem, comemoramos em Moçambique a independência do colonizador Portugal. Tal e qual se deu, também ontem, no Brasil. Mas até que ponto Moçambique está de fato independente? De Portugal, talvez, mas encontrou em seu caminho, colonizadores ainda mais carrascos do que o anterior, como o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Já tratei aqui, dia desses, sobre o quanto é bom para o Brasil não ser mais subjugado por esse organismo internacional. E no jornal O País de ontem, na mesma capa que falava sobre os 36 anos do acordo que garantiu a independência do país, estava o título “Agravamento de preços deve-se a compromissos do Governo com FMI“.

Nos primeiros dias desse mês de setembro, vivemos cenas de violência e conturbação em Moçambique, devido a uma greve-protesto contra o aumento dos preços de serviços e bens essenciais, como energia elétrica, combustível e pão. O economista chefe do departamento de África da Economist Intelligence Unit, Edward George, revelou em entrevista à agência Lusa, reproduzida no jornal O País, que o aumento dos preços se deve a uma promessa feita há três anos para o FMI. O governo moçambicano teria garantido ao fundo que iria “introduzir um sistema de mudança dos preços de combustível automaticamente”.

O especialista analisou: “Para os mais pobres é muito difícil, porque a família mais pobre em Moçambique gasta entre 30, 40 e 50% do seu dinheiro no transporte, então um aumento de 10 ou 15% no preço do petróleo é muito complicado, daí os protestos serem tão fortes em Maputo”.

Edward George revelou ainda que a idéia do governo era tentar compensar as famílias mais pobres com a introdução de algum programa como o “Fome Zero” do Brasil, que garanta subsídios diretos. No entanto, um programa como esse exige que se tenha cadastro das pessoas e um controle que depende de investimentos em tecnologia ainda não existente na área administrativa do governo.

Ao fim dos eventos comemorativos, o governo reuniu-se para depois anunciar um pacote de medidas, que incluiu o recuo nas decisões de aumento e congelamento dos salários e subsídios dos ministros e diretores de empresas estatais. Veja mais detalhes do anúncio na matéria que Eduardo Castro fez para a agência Brasil.

Penso que só quando conseguirmos nos livrar do FMI, Banco Mundial e outras grandes estruturas internacionais, como já se deu no Brasil, aí sim, estaremos livres de fato aqui em Moçambique.

ElefanteNews em Ruanda

Já ouviu falar em Ruanda? Sabe onde fica? Sabe o que está acontecendo por lá?

Talvez já tenha ouvido falar porque o país ficou tristemente conhecido devido ao genocídio ocorrido lá na década de 1990, que matou 10 % da população do país.

O massacre
O país estava dividido em dois grupos rivais: hutus e tutsis. Os colonizadores — inicialmente alemães e depois belgas — atribuíram privilégios e cargos de comando apenas a uma restrita elite dos tutsis. Isso despertou o ódio dos hutus. Com a independência do país, o poder foi para as mãos dos hutus, que eram maioria. Entre janeiro de 1993 e março de 1994, graças sobretudo a financiamentos franceses, Ruanda adquiriu quase 600 mil armas, chegando a ser o terceiro maior importador de armas da África, mesmo com suas pequenas dimensões e grande pobreza. Em 6 de abril de 1994, o presidente de Ruanda, Juvenal Habyarimana, representante dos hutus, foi morto. Isso deflagrou a perseguição dos tutsis por parte da guarda presidencial, do exército e de esquadrões da morte.

As eleições
Mas o que aconteceu lá essa semana pouca gente comenta. Eleições presidenciais. O general tutsi Paul Kagame foi reeleito na segunda-feira, dia 09 de agosto, para um mandato de sete anos. E o Eduardo Castro foi lá para contar essa história. As matérias que ele fez para a Agência Brasil e TV Brasil, você vê no ElefanteNews.

Daqui de Maputo a Kigali, capital de Ruanda, são quase 4 mil quilômetros, e não se chega nem no meio da África, esse enorme, diverso e maravilhoso continente.

Para saber mais sobre o país e sua história, clique aqui — foi da revista Mundo e Missão n.º 85 que retirei quase todos os dados históricos desse texto — ou leia o livro, que virou também documentário: Shake Hands With the Devil, de Romeo Dallaire, general que comandava as tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) no país à época do massacre.

No fim da história, todos saíram vencedores

Chegam ao fim os VII Jogos da Comunidade dos Países de Língua Portugesa (CPLP). Foi muito interessante acompanhar o evento durante toda a semana. Pude descobrir que os jogos foram instituídos em 1990. A primeira edição foi dois anos depois, em Portugal. Em 1995 foi a vez de Guiné-Bissau receber os atletas. A terceira edição foi em Moçambique, em 1997, assim como a de agora. A quarta edição só se deu em 2002, tendo Cabo Verde como anfitrião. Em 2005 foi em Angola. E – pasmei! — o Brasil já sediou os jogos, em 2008. Eu nunca tinha sequer ouvido falar que o evento existia. Pena…

Pelo regulamento, não há país vencedor, o objetivo é levar os atletas (até 16 anos) a conviver com seus pares de outros países e respeitar as regras de fair play (jogo limpo). Ou seja, o espírito dos jogos é ligado à competição e à troca cultural, mais do que à vitória. O slogan do evento esse ano dizia: uma comunidade, uma língua, um mar de culturas.

E assim foi. Os jovens que vieram a Maputo merecem que seja feito destaque pelo bom comportamento esportivo dentro e fora das quadras. Nenhum registro de brigas ou baderna na cidade, coisas que normalmente são vistas quando se trata de juntar mais de 600 adolescentes em algum lugar longe dos olhos dos pais.

Parabéns a todas as equipes e, com certeza, a participação no evento contribuiu para a formação desses meninos e meninas que estarão no futuro do esporte de cada país aqui representado. A próxima edição dos Jogos da CPLP já está marcada: será em Portugal, em 2012.

Os útlimos resultados

Não posso me despedir dos jogos sem registrar como foram as últimas provas do atletismo e os últimos jogos.

Atletismo foi a única modalidade com provas de para-atletas. Yeltsin Jacques, que compete na classe T12, leva para o Brasil duas medalhas de prata e uma de ouro. Em entrevista para Eduardo Castro, na Agência Brasil, ele revelou: “Foi muito bom, principalmente como preparativo para as Paraolimpíadas de Londres (2012), que são o meu grande objetivo”.

Em dois dias de competição, os atletas paraolímpicos acumularam 9 medalhas. Seis foram de ouro: Viviane Ferreira Soares, da classe T13, conquistou três, nos 100m, 200m e 400m; Jhulia Karol dos Santos, da classe T11, levou mais duas, nos 100m e nos 200m; Yeltsin conquistou o ouro nos 400m, além das pratas nos 100m e 200m. Jhulia também conquistou o bronze nos 400m.

Ainda de acordo com a Agência Brasil, no atletismo convencional, Ingrid Norberto conseguiu fazer seu melhor resultado no ano. “Consegui igualar meu melhor tempo nos 800 metros (2 minutos e 17 segundos), que só tinha conseguido no ano passado. Neste ano, o máximo que havia chegado foi 2 e 20”, contou ela ao Eduardo.

No futebol, Portugal ganhou de Cabo Verde por 6 x 2. No pódio: Portugal com ouro, Cabo Verde com prata e Moçambique com bronze, depois do empate em 0 x 0 com Guiné-Bissau na tarde de hoje.

QUADRO GERAL DE MEDALHAS – VII JOGOS DA CPLP

quadro de medalhas VII Jogos da CPLP

Os dados do quadro foram retirados de: Angop – Agência Angola Press

Mais informações:
Comitê Paraolímpico Brasileiro
@ Verdade
Angop
Sapo.mz

Atualizando os resultados dos VII Jogos da CPLP

Desde o dia 29 de julho de 2010, a sétima edição dos Jogos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão movimentando a capital de Moçambique, Maputo. Já coloquei aqui alguns textos contando como anda o desempenho da moçada no evento. Abaixo, trago os resultados mais recentes que consegui.

No basquete, ontem Guiné Bissau venceu Cabo Verde por 125/39. Hoje, Guiné-Bissau venceu mais uma vez, contra Portugal, por 86/53. Angola perdeu ontem do Brasil, com 54/71 pontos. E o Brasil ganhou de novo hoje, por 38 pontos de diferença, de Moçambique, com placar final 75/37. Na outra partida do dia, Angola venceu por 112/28 a equipe de São Tomé e Príncipe. Na sexta-feira, dia 6, Brasil e Guiné-Bissau, os dois únicos invictos até agora na modalidade, enfrentam-se na disputa pela medalha de ouro.

No futebol, Angola venceu Cabo Verde por 1-0.

Em handebol, Portugal ganhou de Moçambique por 40 x 10. Angola está em primeiro na colocação da modalidade, com 10 pontos, Portugal está em segundo, com 9.

No vôlei masculino , a dupla Vanilo Isidro e Vasco Chambe, de Moçambique, venceu por 2-1 Diogo Maia e Luís Gomes, de Portugal. No vôlei feminino foi a vez de Portugal vencer. A dupla Inês Pereira e Vanessa Paquete fez 2-0 contra a dupla moçambicana Cecília Sambo e Benilde Simione.

E quem são os atletas?

O limite de idade para participar dos Jogos da CPLP é de 16 anos. O Brasil trouxe uma delegação de 67 pessoas e está em três das seis modalidades da competição. No basquete masculino, é representado pelo time do Colégio Pessoa, de São Paulo. No handebol feminino, pelas alunas do Colégio Anglo Líder, de Pernambuco. As duas equipes foram as vencedoras, na categoria 15 anos, das Olimpíadas Escolares de 2009. O Brasil também compete no atletismo para homens e mulheres.

Ao todo, são cerca de 600 atletas de Moçambique, Angola, Portugal, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste. Eles disputam em seis modalidades: handebol feminino, atletismo masculino e feminino, basquete masculino, futebol masculino, tênis masculino e feminino e vôlei de praia masculino e feminino.

Em entrevista à Agência Brasil, o chefe da delegação brasileira, Jessé Oliveira, afirmou que o Brasil não traz estrelas na delegação, mas promessas. “Estamos vindo com um grupo de atletas das modalidades coletivas que só participaram de competições escolares do Brasil”, disse ele.

“Alguns do atletismo já são ranqueados pelas suas federações e, possivelmente, já participaram de alguma competição internacional. Mas é possível que, para alguns, seja a primeira vez que estão saindo do Brasil, e até de seu estado, e indo para um outro continente”, continuou.

E os meninos e meninas do Brasil estão a fazer bonito no exterior. Parabéns!

Hoje foi dia de Andebol para o Brasil

Andebol é como se chama aqui a modalidade esportiva que no Brasil tratamos por Handebol. Nos VII Jogos da CPLP, que estão sendo realizados em Maputo, as brasileiras venceram hoje Cabo Verde por 23 x 3.

No sábado, Portugal ganhou de São Tomé e Príncipe por 51 x 2 e Angola ganhou por 38 x 7 de Guiné-Bissau.

Ontem, Angola ganhou de Cabo Verde por 25 x 4 e São Tomé ganhou de Guiné-Bissau por 22 x 8. As brasileiras jogaram ontem também, e ganharam de Moçambique por 20 x 14, como já vimos aqui.

Na pontuação geral dos jogos, Angola lidera na modalidade, com 7 pontos em três jogos, seguida de Portugal e Brasil, ambas equipes com 6 pontos em dois jogos. Moçambique segue em quarto com 4 pontos em dois jogos.

Tênis feminino
Sábado, 31 de julho, Angola venceu Cabo Verde com resultado de 3-0, Moçambique ganhou de Guiné-Bissau por 2-1

Ainda no tênis feminino, as moçambicanas Cláudia Sumaia e Kiara Maher venceram, ontem, 1 de agosto, na partida de duplas, as angolanas Helena Gunza e Agostinha Armando por 2-0, com parciais de 6-1 e 6-4.

No simples, Cláudia Sumaia venceu Helena Gunza com parciais de 6-2 e 6-2. A moçambicana Kiara Maher venceu a outra angolana, Agostinha Armando com os parciais 6-2 e 6-0.

Na pontuação dos jogos, Portugal e Moçambique estão em primeiro, com 6 pontos, Angola tem 5 pontos e Guiné Bissau está em último com 4 pontos.

Tênis masculino
Sábado, Angola teve o mesmo resultado que o feminino, com 3-0 contra Cabo Verde. Portugal venceu Timor Leste também por 3-0 e o mesmo resultado foi visto na vitória de Guiné-Bissau contra Moçambique.

No domingo, Angola bateu Moçambique por 3-0, Portugal venceu Cabo Verde com o mesmo resultado e Timor Leste ganhou de Guiné-Bissau por 2-1.

Basquete masculino
No basquete, sábado, Moçambique ganhou de Cabo Verde por 92/43 pontos, Guiné-Bissau ganhou de Angola por 82/45 pontos e Brasil venceu Portugal (mais detalhes aqui) por 63/60.

Ainda no basquete, domingo foi dia de Guiné-Bissau e Moçambique, com vitória para Guiné, por 72/51. Portugal ganhou de Cabo Verde com resultado final 72/40 pontos. Brasil levou a melhor contra São Tomé e Príncipe por 104 a 19, como já vimos aqui.

Futebol masculino
No domingo, Portugal ganhou de Angola por 2 x 0 e Moçambique de Cabo Verde por 3 x 0.

Vôlei masculino
No sábado, Portugal bateu Angola por 2 – 0, São Tomé venceu Guiné-Bissau por 2 – 1 e Moçambique ganhou de Cabo Verde por 2 – 0.

No domingo, Moçambique venceu Angola por 2 – 0 e Portugal conseguiu o mesmo resultado contra Guiné-Bissau. Cabo Verde ganhou de São Tomé por 2 – 1.

Vôlei feminino
Também no sábado, Moçambique ganhou de Cabo Verde no feminino pelo mesmo resultado do masculino: 2 – 0. E os outros dois jogos também foram por 2 – 0: Portugal ganhou de Angola e Guiné-Bissau de São Tomé.

Ontem, Cabo Verde venceu São Tomé por 2 – 1, Moçambique ganhou de Angola por 2 – 0 e Portugal teve o mesmo resultado contra Guiné-Bissau.

logomarca dos jogos no centro do ginásio

Na classificação geral dos VII Jogos da CPLP, Portugal está na liderança, por 6 pontos. Conforme eu conseguir os resultados, vou postar aqui no Monsanblog. Mas confesso que está sendo um trabalho quase que de investigação chegar a eles. Os do Brasil são mais fáceis de conseguir, porque tenho o contato da delegação, mas os outros… Há pouquíssima cobertura da imprensa. Encontro algo em um jornal especial da TVM, no começo da noite, e no site Sapo.mz. Além disso, tem a cobertura da TV e Agência Brasil, que você vê no ElefanteNews, e os jogos que vou tentar assistir pessoalmente até o fim da semana.