O som do conhecimento

Meus dias têm sido muito cansativos ultimamente. Dirigir uma escola com cursos inovadores para o país, acompanhar compra, entrega, instalação de equipamentos, gerir muitos professores, todos os funcionários, alunos e visitantes, tudo isso não é fácil e preenche muitas horas do dia. Mas os dias têm sido muito alegres também. E a alegria é geralmente acionada quando chego à Academia de Comunicação e passo pelos corredores.

Orlando Mesquita após aula

O som que vem de dentro das salas, de professores e alunos falando, de vídeos sendo apresentados, de conhecimento sendo transmitido, é combustível para muitas horas de trabalho pesado. E a decisão mais acertada da grade de horários da escola foi colocar a primeira aula do dia, logo 7h da manhã, sob tutela do professor Orlando Mesquita. Uma hora e meia de aula, uma hora e meia de energia, bom humor e conhecimento profundo.

No meu passeio matinal pelos corredores, o som da gargalhada do Orlando é a maior compensação que posso receber por acordar cedo (e quem me conhece um pouco sabe o sofrimento que isso representa). As aulas de Edição de Vídeo têm servido para comprovar que conhecimento é alegria. Educação carrancuda, de aula somente expositiva, sem troca, sem participação dos alunos, com professor que fala, fala, fala, mas sem bom humor, sem descontração, sem animação e achando que sabe tudo é coisa do passado e lá deve ficar.

Conhecimento tem som e é um som de felicidade.

A educação e eu

Tenho poucas lembranças de minha infância. Todas muito vagas. Dentre essas poucas, vejo-me brincando de escolinha. Eu, professora. Os alunos eram imaginários. Adorava aquilo.

No entanto, no final do período escolar, ao escolher a profissão fui para outro caminho. E, mais tarde, larguei esse caminho para trilhar outro, mas ainda não a docência. É fato que ao longo do tempo fui professora em empregos paralelos, aqui e ali. Ensinei português para estrangieros quando morei nos Estados Unidos e inglês a brasileiros, no Brasil. Também participei de algumas ações em projetos de alfabetização de jovens e adultos. Mas nunca foi minha atividade principal.

Mesmo assim, minha paixão de criança pela educação nunca apagou. Meu primeiro voto para presidente da República foi para Leonel Brizola, que empunhava a bandeira da educação. Li muito Paulo Freire e fiz vários cursos rápidos na área.

Agora, parece que finalmente vou me render ao destino e minha ocupação principal será relacionada à educação.

Tenho tabalhado há alguns meses na Associação Chance, que realiza diversos projetos de inserção social em Moçambique. Vou continuar esse trabalho porque a área social é o que oxigena meu corpo. Mas vou também encarar um grande desafio com a educação: ser diretora de um estabelecimento de cursos técnicos e profissionalizantes.

Será inaugurada em Maputo, Moçambique, a Academia de Comunicação. logomarca Academia de ComunicaçãoVamos oferecer oportunidade de qualificação profissional com instrutores do mercado local e internacional, para que um número cada vez maior de moçambicanos tenha acesso às novas tecnologias de informação e conhecimento das melhores técnicas profissinais na área de comunicação.

Espero, com sinceridade, contribuir com o país e seus ciadãos nesse momento de desenvolvimento. Afinal, como sabemos, a educação é a base para que tudo dê certo e as pessoas tenham melhor qualidade de vida.