Comer e ver o Índico

vista aérea da avenida Marginal, em MaputoAo longo da avenida Marginal, em Maputo, há vários restaurantes, bares e cervejarias. É um lugar sempre agradável para estar com os amigos e fazer uma refeição ou apenas tomar uma cerveja com petiscos. Afinal, poucas coisas são melhores do que fazer isso à beira do Índico.

Um desses estabelecimentos é a cervejaria Miramar. Com uma esplanada na areia da praia, o lugar tem espaço para 300 pessoas (parte interna e externa) e uma boa variedade de pratos e petiscos.

Nos finais de semana tem música ao vivo e durante a semana, à noite, o telão costuma apresentar jogos de futebol. Com uma decoração simples, o que vale mesmo é a vista do Índico e a boa comida.

A variedade do cardápio permite que o cliente escolha desde café da manhã até pratos completos, passando por sandes (sanduíches) e petiscos. Os destaques ficam para os sandes de bife, chouriço (lingüiça) ou galinha, pão de alho, chamuças e porções de cabeça de lula ou bachalhau desfiado. Entre os pratos, peixe a vapor, espetada de carne e chouriço e espetada de marisco.

Para fazer jus à “cervejaria” no nome, é possível encontrar cerveja de garrafa ou pressão (o nosso chopp) de variadas marcas: Manica, Castle, Heineken, Hunters, Savana, 2M, Laurentina…

E ainda tem uma grande qualidade, não tão comum por aqui: nos finais de semana, a cozinha fica aberta até meia-noite, como diz na publicidade.

Serviço:
O quê? Cervejaria Miramar.
Quando? 2a a 6a, das 9h às 23h; sexta, sábado e domingo, das 9h às 24h.
Quanto? Porção com 4 chamuças: MT 170,00 (R$ 9,50); pão de alho: MT 60,00 (R$ 3,30); cabeça de lula: MT 280,00 (R$ 15,50); bacalhau desfiado: MT 320,00 (MT 17,80); sandes: MT 230,00 (R$ 12,80); peixe a vapor: MT 470,00 (R$ 26,10); espetada de carne e chouriço: MT 350,00 (R$ 19,45); espetada de marisco: MT 450,00 (R$ 25,00); sobremesas: em média MT 160,00 (R$ 8,80); cervejas: entre MT 60,00 e MT 120,00 (R$ 3,30 a R$ 6,60).
Onde? Avenida Marginal, 4.272, Maputo.
Telefone: 82 3193 950/82 3030 690.

Mamma Mia

Outro dia o post Enfim, um italiano recebeu o comentário de Miguel indicando um outro restaurante dessa categoria, o Mamma Mia. Só então, me dei conta que já conhecia esse lugar. Na verdade, conheci depois do Campo di Fiori, que, aliás, continua sendo meu preferido. Mas o Mamma Mia merece também espaço, pois é muito bom e fica num local ainda mais interessante, junto à Feima, feira de artesanato que citei no texto Rota do Artesanato em Maputo.

Eu não tinha me empolgado ainda em fazer um post sobre ele, porque todas as vezes que eu fui lá estava com vários amigos e a análise do restaurante acabava ficando prejudicada, porque a atenção dispersava. Então, agora resolvi ir lá com o objetivo de analisar.

No cardápio, a explicação de que o estabelecimento oferece gastronomia ítalo-moçambicana, o que torna as opções bastante variadas. Por exemplo, pode-se pedir bruscheta e frango à zambeziana. Ou então, xima e bife panado (à milanesa). As sobremesas também são boas (apesar de não ter o sorvete Giani que tem no outro) e puxam mais para o italiano mesmo: tiramissú, profiteroles, bolo de chocolate. Há também opções para café da manhã.

Para beber, a surpresa boa é que tem sucos naturais de verdade (já contei aqui que issso é difícil em Maputo). O de tangerina é uma delícia. Entre as alcoólicas, tem cerveja e, como bom italiano, vinhos.

Para os viciados em estar conectados, o parque onde ele fica oferece internet sem fio gratuita.

Mamma Mia

Restaurante Mamma Mia, com feira de artesanato ao fundo

Serviço:
O quê? Restaurante Mamma Mia.
Quando? Diariamente, das 8h às 21h.
Quanto? bruschetta: MT 80,00 (R$ 4,45); ½ frango à zambeziana: MT 210,00 (R$ 11,70); nhoque bolonhesa: MT 250,00 (R$ 13,90); lasanha vegetariana: MT 280,00 (R$ 15,55); bife panado: MT 270,00 (R$ 15,00); xima: MT 50,00 (R$ 2,80); sobremesas: em média MT 100,00 (R$ 5,55); sumo: MT 120,00 (R$ 6,65).
Onde? Parque dos Continuadores (entre avenidas Mártires da Machava e Armando Tivane).
Encomendas: aceita encomenda de pastelaria (doces) e massa fresca, nos telefones 82-6164320 (Massimo) e 82-3097570 (Alex).

Carne em Maputo

fachada do talhoOutro dia falei sobre o Ramadã, dos novos horários do comércio nesse período, roupas tradicionais, etc. e me lembrei de outro fator relacionado à religião muçulmana que acaba fazendo parte do dia-a-dia de todos aqui, que é a carne halal.

A primeira vez que ouvi o termo foi alguns meses depois que estava em Moçambique, em um casamento, quando o mestre de cerimônias avisou que seria servido o jantar e que todos poderiam comer tranqüilamente, porque era halal.

A partir daí, passei a reparar nas portas de açougues (talhos, por aqui) ou mercados, o selo Halal. A carne halal é a carne permitida de ser consumida para os muçulmanos. Para ser halal (que significa lícito), é preciso ter uma série de características:

– não pode ser carne de porco, cachorro e semelhantes, animais com presas, pestilentos, pássaros predadores e criaturas repulsivas;
– o animal deve estar saudável no ato do abate;
– os equipamentos e utensílios devem ser próprios para o abate halal. A faca deve ser bem afiada e permitir uma sangria única, que minimize o sofrimento do animal;
– o corte deve atingir a traquéia, o esôfago, as artérias e a veia jugular, para que todo o sangue seja escoado e o animal morra sem sofrimento;
– o abate deve ser acompanhado por inspetores muçulmanos e ser executado por muçulmano mentalmente sadio e que entenda, totalmente, o fundamento das regras e das condições relacionadas com o abate de animais no islã;

As comidas que não atendem a todas estas características são consideradas haram (que significa ilícito): carnes de porco ou outros animais proibidos, carnes de animais impropriamente mortos ou mortos em nome de outra divindade que não seja Alá (o deus muçulmano), alimentos que contêm álcool ou sejam intoxicantes, sangue e produtos derivados, comidas contendo gelatina derivada de animais.

Para quem não é muçulmano, não faz diferença comer a carne halal ou não halal. E, como aqui em Maputo, quase todos os talhos têm o selo halal, a gente come carne assim muitas vezes. Ela é menos vermelha do que a que estamos acostumados, mas isso se deve à forma de abate visar justamente eliminar ao máximo o sangue do animal. De certa forma, acaba por ser mais saudável, uma vez que o sangue tem um alto teor de proteína, o que aumenta a rapidez da putrefação e diminui a capacidade de conservação. Então, quando o abate não elimina tanto o sangue, a carne tem que ser ainda mais bem cuidada com relação ao resfriamento, o que nem sempre pode ser garantido em uma cidade onde falta energia elétrica dia sim e dia também.

Veja mais sobre o assunto nos sites da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) e da Cibal Halal (Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal).

Comida e história

Estamos hoje, em Maputo, na região onde, antes da chegada dos portugueses no século XV, constituiu-se o Império de Gaza, um dos maiores da África, que se expandia por parte do que hoje é a África do Sul e Zimbabwe. As principais culturas agrícolas desse povo eram de cereais (milho, sorgo, milheto e arroz) e leguminosas (basicamente feijão e amendoim), além de batata doce, mandioca e algumas hortaliças. Para completar a alimentação, havia ainda criação e caça de animais.

Quando chegaram os portugueses, esse povo foi dominado e a alimentação da região passou a sofrer influência da nova cultura. O arroz passou a ganhar mais espaço nos pratos e foram descobertos fritura e açúcar refinado. Essa influência fez com que hoje a comida preparada à base de óleo seja vista como melhor. Afinal, os portugueses subjugaram os nativos e isso faz com que eles e seus hábitos sejam vistos, muitas vezes, como superiores.

As comidas tradicionais ainda são preparadas, mas estão sempre ligadas à idéia de pobreza e falta de cultura, não de melhor valor alimentar. A pessoa come matapa (prato à base de folhas de mandioca cozidas com água de coco e amendoim pilado) porque não tem dinheiro para comprar óleo e fazer algo frito.

Talvez por isso, por essa visão de que o que é original da terra não é bom, tenhamos poucos restaurantes moçambicanos de qualidade por aqui e os que encontramos servem pouca variedade. Outra curiosidade é que já ouvi algumas histórias de moçambicanos felizes quando aprendem a fazer “comida de branco”.

carrinhos de frutas

Já falei no Mosanblog que sinto falta aqui de sucos naturais. Há muitas opções de frutas na região, pelo clima tropical do país. Inclusive, é muito comum encontrarmos vendedores empurrando carrinhos (chamados chovas) com grande variedade de frutas para vender: laranja, banana, uva, maçã, mamão, lichia, morango… e nada de suco natural nos bares e restaurantes. sumo Compal laranjaNo entanto, suco de caixinha e de garrafinha sempre tem. Talvez a lógica seja a mesma: acharem que o industrializado é melhor, porque foi introduzido por outros povos.

No site Slow Food Brasil há a constatação de que a educação alimentar e a transformação para valorizar as comidas nacionais exigirão esforço de toda a sociedade moçambicana, incluindo governo e sociedade civil, na conscientização da população sobre os bons hábitos alimentares. “Aliás, comer bem não é apenas comer o que é dos outros (dos brancos, como comumente designado em Moçambique), mas também — e principalmente — a valorização das comidas tradicionais”, afirma Tomás Adriano Sitoe no artigo Colonização e independência em Moçambique: hábitos alimentares em mudança.

venda de temperos e verduras nas ruas

Frutas, verduras e temperos naturais podem ser comprados em cada esquina, mas já não são tão importantes na dieta de arroz e frituras

Saiba mais sobre o assunto lendo o artigo de Tomás Adriano Sitoe no site Slow Food Brasil.

Veja também o que foi dito no Na ponta do lápis sobre xima, um dos alimentos típicos de Moçambique.

Curinga

Tem alguns lugares que acabam sendo verdadeiros curingas na vida da gente. Aquele dia que não queremos experimentar algo novo ou que vamos a um lugar e não dá certo porque está fechado ou lotado ou ainda nos dias que temos que reunir amigos de diversos gostos, sempre é bom ter um lugar onde sabemos que de um jeito ou de outro, todos saem satisfeitos. Assim é o restaurante Escorpião.

interior do restaurante Escorpião

Ele fica na Feira Popular de Maputo, um centro de diversões com restaurantes, bares, casas noturnas e parque de diversões. Nos restaurantes, podemos encontrar comida vietnamita, chinesa, moçambicana, grega e portuguesa, que é o caso do Escorpião.

O nosso curinga é simples e eficiente: tem um amplo espaço com mesas e mais parece uma cantina italiana, daquelas do bairro do Bixiga, em São Paulo. Os pratos são muito bem servidos, o atendimento é bom, o ambiente agradável. E melhor: a relação custo x benefício é justa. Uma refeição completa sai, em média, por MT 500,00 (R$ 25,60).

O prato da casa é o bife à Escorpião: bife servido com queijo, fiambre (presunto) e batata frita. Também tem pizzas variadas, peixes, omeletes, pratos portugueses como febras (espécie de bife) de porco e o famoso naco na pedra: um naco mesmo de carne (chega a ter 500 g e é cortado alto), servido cru, sobre uma pedra quentíssima. Acompanha salada, batata frita e molhos diversos. O cliente é que faz a mistura dos temperos e acerta o ponto da carne, que vai cozinhando no calor da pedra.

Também tem boa variedade nas sobremesas: torta de castanha de caju, delícias de nata, bolo brigadeiro e sorvete.

localização do Escorpião no mapa de Maputo

Serviço:
O quê? Restaurante Escorpião.
Quando? 3ª a 5ª e domingo, das 11h30 às 22h30; 6ª e sábado das 11h30 às 23h30. Não abre às segundas.
Quanto? Porção de pão de alho: MT 60,00 (R$ 3,00); pizzas: em média MT 270,00 (R$ 13,85); bife à escorpião: MT 410,00 (R$ 21); febras de porco com fritas: MT 310,00 (R$ 15,90); naco na pedra: MT 450,00 (R$ 23); vermelhão com batata e legumes: MT 280,00 (R$ 14,35); omelete de cebola: MT 160,00 (R$ 8,20); sobremesas: em média MT 115,00 (R$ 5,90).
Onde? Dentro da Feira Popular, na Avenida 25 de setembro, esquina com a rua Belmiro Obadias Muanga.
Telefone: 21-302-180.

Tão perto, tão diferente

Sempre que vamos à baixa da cidade, vemos, do outro lado da baía de Maputo, o Catembe. É um município praticamente rural, que fica isolado pela baía e por florestas. Movidos pela curiosidade de pisar no Catembe e ver Maputo a partir do outro lado, resolvemos ir até lá para almoçar no domingo.

A forma mais prática e rápida é pegar a balsa (batelão, como chamam aqui) na avenida 10 de novembro. Quando estávamos quase entrando na balsa, o Eduardo lembrou de perguntar se do outro lado íamos encontrar máquinas para sacar dinheiro, porque estávamos sem. Tínhamos apenas o suficiente para a balsa ida e volta. Fomos alertados que não havia. Então, voltamos correndo para pegar algum dinheiro para o almoço e entramos na balsa.

Nos pouco mais de 10 minutos que durou a travessia da baía fui pensando no que ia encontrar… um lugar onde não se tem máquina para levantar dinheiro? Soou estranho, especialmente considerando a curtíssima distância de Maputo. Quando cheguei lá entendi. É rural, rural mesmo. As construções são quase todas de caniço (palhotas), havendo poucas casas de tijolo, que estão especialmente na beira da praia. Algumas dessas construções tem arquitetura antiga, indicando que podem ter sido casa de veraneio na época da colônia. Não tem asfalto nas vias e mal tem vias. Identificamos duas.

Cidade de Catembe

Ao sair da balsa, entramos na segunda via à esquerda e andamos um pouco no chão batido de terra. Logo depois de um posto policial, que fica à esquerda, vimos uma placa para o restaurante do Diogo. Eu havia lido referências ao restaurante na internet e, como já tínhamos ido um pouco adiante e não tínhamos encontrado muito sinal de grandes opções e nosso carro não é dado a aventuras do estilo 4×4, resolvemos ficar por ali mesmo.

Entramos à esquerda na rua, ao lado do quiosque Mabuye e em frente a um posto de gasolina que me pareceu desativado, mas pode ter sido só impressão por ser domingo. Paramos o carro ao lado do restaurante e fomos andar um pouco na praia. Entrar na água, nem pensar, porque estava gelada. Sim, o inverno chegou por aqui.

O passeio na areia foi marcado pela tristeza da sujeira. Todo tipo de lixo (até tubo de pasta de dente) jogado na areia. Muito desagradável. Mas quando erguíamos a cabeça, a vista de Maputo e da baía era reconfortante.

barcos pesqueiros com Maputo ao fundo

De volta da caminhada, paramos no restaurante para almoçar. Naquele momento, apenas curtimos a boa comida e o local muito agradável, com mesas ao ar livre e uma linda vista de Maputo.

vista do restaurante do Diogo para Maputo

Só quando fui escrever este texto e fiz alguma pesquisa na internet, descobri que o tal restaurante tem fama e história. Pelo que li em matéria do jornal Notícias, cujo link pode ser encontrado logo abaixo, o local é bastante freqüentado por residentes de Maputo e diz-se que lá são encontrados os melhores camarões da região. De fato, Guilherme e Eduardo comeram e se deram bem. Eu, por conta da alergia, fiquei no frango e também saí feliz.

Não encontramos Diogo, o dono do local, mas fomos bastante bem atendidos pelos empregados que lá estavam. No final, pedimos a conta e, por curiosidade, perguntei: aceita cartão de crédito ou débito? Não, nenhum. Como também não vi máquinas de sacar dinheiro pela cidade, ainda bem que tínhamos feito a pergunta antes, em Maputo. Ou passaríamos a tarde lavando pratos e descascando camarões para pagar…

Esplanada com mesas no restaurante do Diogo

O ponto A no balão vermelho indica o restaurante do Diogo

Serviço:
O quê? Restaurante do Diogo.
Quando? Todos os dias, das 7h às 21h.
Quanto? Sandes (sanduíche) de fiambre (presunto): MT 30,00 (R$ 1,50); meio frango na brasa com batata, salada e arroz: MT 240,00 (R$ 12,00); prato com uma dúzia de camarão com batata, salada e arroz: MT 100,00 – camarão pequeno, MT 150,00 – camarão médio ou MT 180,00 – camarão grande (R$ 5,00, R$ 7,50 e R$ 9,00, respectivamente); 1 dose (porção) de lulas: MT 150,00 (R$ 7,50); dose extra de batata, salada ou arroz: MT 25,00 (R$ 1,25); refresco (refrigerante): MT 20,00 (R$ 1,00); cerveja: MT 50,00 (R$ 2,50); vinho Casal Garcia: MT 350,00 (R$ 17,50).
Onde? No Catembe, é só perguntar pelo restaurante do Diogo ou seguir as indicações que coloquei no texto.
Telefones: 82-390-8400 ou 82-585-3257.

Mapa do Catembe e Baía de Maputo

Balsa
Saída de Maputo sempre na hora cheia, saída do Catembe na meia-hora (pelo menos aos domingos, durante a semana parece que tem mais freqüência).
Das 6h às 22h todos os dias é garantido. Parece que tem algumas saídas mais tarde também.
Veículo ligeiro com motorista custa MT 360,00 (R$ 18,00)
Pessoa extra no carro ou a pé paga MT 5,00 (R$ 0,25), o mesmo que um transporte coletivo na cidade de Maputo.

Leia aqui a matéria do jornal Notícias sobre o Diogo do Restaurante.

Veja também o post Uma aventura no Catembe, do blog Crónicas de Maputo, de João Nogueira.

Indico ainda a leitura de textos interessantes sobre o Catembe no Viajar Moçambique.

Um dos tantos chineses

fachada do restaurante Dragão

Já comentei por aqui que os chineses estão por toda a parte em Moçambique (na verdade, sabemos que estão em toda parte no mundo, né?). Enfim, aqui são muitos. Vamos até ter uma cidadela para eles, aqui ao lado de Maputo. Eles trabalham em várias áreas. Mais visivelmente na construção civil, mas estão em tudo. Como não podia deixar de ser, encontramos aqui muitos restaurantes de comida chinesa.

Hoje escolhi falar de um que me lembra outro que frenquentei algumas vezes em Brasília, O Dragão. O Dragão de Brasília fica no subsolo do Conic. Quem me levou lá a primeira vez foi o amigo Lisarb e adorei tudo. O daqui de Maputo fica na Avenida Salvador Allende, quase na esquina com a avenida 24 de julho. Também foi um amigo que nos levou lá, o Ricardo Botas.

Curiosamente, a ala de fumantes (aqui, alguns restaurantes têm isso. Nos outros, fuma-se em qualquer lugar) era uma sala isolada no meio do restaurante. Lá fomos nós, em homenagem ao Ricardo. E à volta da mesona para 10 pessoas, sentamos os três (Eduardo, Ricardo e eu) e nos refestelamos com as “especialidades cantonesas preparadas por cozinheiro profissional da China”, como está destacado no cardápio.

Os pratos, como em todo bom restaurante chinês, são bem-servidíssimos. E saborosos também, o que é melhor. Comemos costeletas fritas com alho, chopsui (que já vi escrito das mais diversas maneiras, mas copio aqui como está no cardápio lá), arroz chau chau e massa chinesa com camarão (esse último não experimentei, por causa da alergia).

E esse restaurante ainda tem um grande diferencial para Maputo: faz entregas!

entrada do restaurante O Dragão

Serviço:
O quê? Restaurante O Dragão.
Quando? Todos os dias, das 10h às 22h.
Quanto? Costeleta frita com alho: MT 320,00 (R$ 16,00); chopsui: MT 120,00 a porção pequena e MT 230 a grande (R$ 6,00 e R$ 11,50, respectivamente); arroz chauchau MT 100,00 a porção pequena e MT 200,00 a grande (R$ 5 e R$ 10, respectivamente); massa com camarão: MT 150,00 (R$ 7,50).
Onde? Av. Salvador Allende, 313.
Telefones para encomendar entregas: 82-3749-699 ou 84-2700-020.
Cobra-se uma taxa de MT 35,00 (R$ 1,75) por entrega, que pode ser feita em toda a cidade de Maputo.

Logo ali, na Suazi

O domingo passado começou com uma mensagem no celular, enviada pelo amigo Pedro: “Vou até a Suazilândia. 17h estou de volta. Topam vir?”.

Para quem não sabe, Suazilândia é o país vizinho, conhecido aqui em Moçambique pela boa qualidade da carne e pelo rei Mswati III, que é aquele estereótipo que se tem de um chefe de nação africano: usa roupas de peles, tem uma dúzia de esposas e pratica a monarquia abolutista.

A primeira característica — a boa carne — foi o que nos levou às terras vizinhas. Além claro, da graça de sair de casa para ir almoçar em outro país. Para quem passou boa parte da vida em São Paulo ou Brasília, isso é realmente diferente.

Seguimos em direção à Namaacha, onde fica a fronteira. Carimba passaporte para sair do país, carimba passaporte para entrar no outro país. Não tivemos que comprar visto. Só pagar uma taxa pelo carro, de cerca de US$ 12. Na entrada ao país vizinho, além da placa de boas vindas, o aviso do funcionário da fronteira: “cuidado com os animais na estrada. São muitos e aqui têm muito valor. Se tiver que escolher, é melhor matar uma pessoa do que um boi”, alertou, sem cara de estar totalmente brincando.

Então, entramos nas estradas da Suazilândia. Linda paisagem. Eu já tinha ouvido falar que suas belezas naturais são encantadoras, apesar de ser um país com pouca qualidade de vida para a população em geral, muita pobreza e os maiores índices de incidência de Aids do mundo.

Chegamos ao meio do país em uma hora: Manzini. No caminho, tudo que vimos foram pequenos vilarejos, muita cana e muito gado. Tudo com um ar bem rústico, construções simples, muitas casas de madeira, telhados sempre de palha. Em um país cuja economia baseia-se na agricultura de subsistência, não poderia ser diferente.

A cidade que encontramos parecia uma cidade do interior de São Paulo, com algum comércio, nenhum prédio, poucos carros. Vimos dois centros comerciais e foi em um deles (novíssimo, parecia existir há uns dois meses) que nos deliciamos com a carne suazi.

Êita bifão bom!

Eduardo, Mário, Pedro e Guilherme com seus respectivos 'bois'

Entramos em um mercado, onde o Pedro e o Mário não resistiram e ainda levaram alguma carne para casa. Depois, seguimos viagem de volta à Moçambique. Antes das 18h já estávamos de volta.

Sumos naturais

Uma coisa que sinto muita falta em Maputo é oferta de suco (ou sumo, como chamam aqui) natural. Em quase nenhum restaurante, café ou pastelaria (doceria) é possível encontrar. Em alguns poucos tem o famoso de laranja e em outros menos ainda encontra-se a mistura de laranja com cenoura e, se der sorte, maçã. Mas é muito raro mesmo. Quase sempre tem suco, mas é industrializado. E se você pergunta se tem suco natural, muitas vezes o garçom responde que sim, mas traz a caixinha ou garrafa. Afinal, na embalagem está escrito que é natural…

Em um país com clima tropical, com tantas frutas em todo o território, é uma pena que não aproveitem para tomar bebidas naturais de verdade, frescas. Mas outro dia fui a um restaurante que tem boa oferta de sumos. A comida, confesso, nem me agradou tanto, porque é um tanto apimentada e isso não é para meu gosto. Mas só a possibilidade de escolher entre quatro ou cinco frutas para tomar um suco já me faz trazer o restaurante para o Mosanblog.

O Villa Romana fica no Maputo Shopping Center, na praça de alimentação externa. Ele fica junto a um restaurante árabe, então o cardápio traz pratos das duas nacionalidades, desde tabule e humus até espaguetti à bolonhesa e pizza. Como já avisei: tudo muito picante. Mas, por ficar em uma praça de alimentação de um shopping, também se pode dar uma passadinha por lá só para tomar um suco de manga, ou ananás (abacaxi) ou melancia…

Serviço:
O quê? Restaurante Villa Romana.
Quando? Todos os dias, das 8h às 23h (sextas e sábados fica até meia-noite)
Quanto? Sumos naturais: MT 120,00 (R$ 6,00); tabule: MT 160,00 (R$ 8,00); porção de humus com pão árabe MT 90,00 (R$ 4,50); massas com molho – bolonhesa, napolitano, mariscos: cerca de MT 160,00 (R$ 8,00); pizzas: em média MT 290,00 (R$ 14,50); sorvete: MT 140,00 (R$ 7,00).
Onde? Praça de Alimentação do Maputo Shopping Center.

Sandes Guilherme

cardápio do Coisa NossaVoltamos ao Coisa Nossa, na Matola. Mais uma vez com os amigos Ricardo e Sandra. E agora o cardápio tem mais um item. Um sanduíche novo. Ou sandes, como chamam aqui. Dessa vez a inspiração foi o paladar do Guilherme para os ingredientes e sua fome de adolescente para o tamanho. O resultado foi o Sandes Guilherme.

Sandes Guilherme: maionese, molho de tomate, alface, tomate, cebola, lingüiça, queijo e carne

Abaixo, a fonte inspiradora apreciando a obra:

Guilherme abocanhando o sanduíche