Qomo? Sim, é isso mesmo, o nome do cara é Ziqo. Do jeito que está no título, com q, sem u. O “qomo” é brincadeira minha. Apesar que já vi cada coisa escrita de jeito esquisito nesse mundo de MSNs, SMSs e afins…
Mas, rabugices à parte, vamos falar do camarada que tem o nome Ziqo (para não deixar dúvida, fala-se Zico mesmo). Ele é músico e está entre os mais tocados atualmente aqui em Moçambique. Infelizmente, não encontrei sua biografia em canto algum.
O que sei é que o pessoal por aqui gosta dele. Perguntei ao Guilherme o que os colegas dele de escola gostavam de ouvir e o primeiro nome que veio à cabeça foi esse. Além disso, o cara participa em diversos comerciais de grandes empresas na televisão. Outro sinal de que é popular.
Isso o traz para o Quinta Quente. Mas não significa que eu goste. Apenas acho que se é para mostrar o que temos na África, é justo que conheçam, inclusive, o que tem de gosto duvidoso. Afinal, já expliquei aqui que o fato de apresentar o artista no Mosanblog não significa necessariamente que eu goste dele.
Ziqo não deixou de lado a marrabenta, faz muito hip hop e abre espaço para novidades como dzukuta ou pandza, estilo de música surgido por volta de 2005, que resulta da mistura de ritmos nacionais (como a própria marrabenta) e estrangeiros (raggae e hip hop).
No entanto, bem analisado, ele não passa de um cara que sabe usar sua imagem e não é mais ou menos vazio que muitos dos músicos que fazem sucesso por aí afora. Ziqo tem músicas de apoio à Frelimo (Obrigado), partido que lutou pela libertação de Moçambique e permanece no poder até hoje, músicas machistas e músicas vazias. Ou seja, nada de novo.
Consta que, como tantos outros artistas, é benfeitor: padrinho da “Casa da Alegria”, um lar que acolhe pessoas economicamente carentes, em sua maioria portadoras de HIV/Aids (ou SIDA, por aqui). Ele faz doações de parte dos seus cachês para a casa. Também, nada de novo.
Em 2009 expandiu as fronteiras do continente onde já faz sucesso e esteve nos Estados Unidos e no Brasil, para quatro shows em cada país. Foi levar nada diferente do que os dois países já conhecem, porque em ambos se produz muita coisa boa e também muita porcaria em termos de música.
Uma das que ficou mais famosas por aqui é Maboazuda. Não consegui a letra, mas dá para entender um tanto, porque ela é quase toda falada em português. O clipe é de péssimo gosto. Mas divulgo porque os leitores do Mosanblog têm o direito de saber o que se passa por aqui sem censura. Sim, temos Wazimbo, Tânia Tomé, Gabriela e muito mais coisa boa, mas também temos os Ziqos…
A verdade é que a música em si até é boa. Se o cantor ficasse de boca fechada. O ritmo ameniza o que tem de ruim no hip hop, valoriza a marrabenta e torna-se algo agradável aos ouvidos. Sem contar que, como boa música africana, não deixa o corpo parado. Mas junto da melodia, vem a letra… aí é que estraga.
O caso é tão sério que Maboazuda ganhou espaço em um blog da área de sociologia, o Diário de um sociólogo, com posts aqui, aqui e aqui. Realmente, é caso para estudo… Clique também aqui e veja o texto do jurista Carlos Serra (homônimo do sociólogo), referido em um dos posts do Diálogo de um sociólogo, que trata do conflito da letra com as leis de direitos fundamentais do país.
P.S. O termo monhé ou munhé, citado na música e destacado em um dos posts do Diário de um Sociólogo é referência aos indianos ou descendentes destes aqui em Moçambique.
ziqo e bom nao falha nada…
adoraria te conhecer perde seu show em pemba, mas o next… i will be there…… beijuhhh
zico parabens, vc e um otimo cantor
[…] pelo Mia Couto. A composição instrumental e os arranjos levam assinatura de Roberto Xitsondzo, Ziqo e Hortêncio Langa, com direção musical de Roberto Xitsondzo. Os vocalistas são Roberto […]
[…] O Mosanblog falou mais sobre a música de Ziqo, e você pode conferir aqui. […]
[…] ontem das letras e clipes de mau gosto do cantor Ziqo e de como ele é admirado pela juventude moçambicana. Seu vídeo clipe é mais um entre tantos […]
Credo, quando li o nome da música me veio a mente umas marmotas que temos por aqu tipo popozudas, cachorras, etc. 😦
E vendo o clipe de péssimo gosto (rsss) tive a certeza que não estava errada. Mas é isso aí: o Mosanblog é democrático. De Bana a Ziqo! Concordo com você em gênero, número e grau: a música é boa e nem precisava do cantor hahaha.