A vila dos cubanos

vila dos cubanos Outro dia contei aqui que para nos visitar é preciso entrar na zona restrita. Vencido esse passo, logo à direita há uma pequena vila, em formato de U, com 18 casas. São nove pequenos prédios de dois andares, além do rés do chão (térreo). No rés do chão, duas garagens, uma para cada casa. No primeiro andar, um apartamento. No segundo andar, outro apartamento idêntico. Em cima de tudo caixa d’água, antenas, etc. No fundo das casas, quintal com dois tanques, dois banheiros, varal para as duas casas.

vista da janela da salaNo meio de todas as casas, uma grande árvore para oferecer a bendita sombra e diminuir o calor nos meses mais difíceis. Do outro lado da rua, o palácio da Ponta Vermelha, residência do presidente da República de Moçambique.

Reza a lenda que essas casas foram construídas por cubanos que vieram para Moçambique logo após a independência, para ajudar na organização do governo do país. Não sei se é fato, porque há muita história contada aqui que ninguém sabe ao certo a origem, como no caso dos pavões da presidência.

A história faz sentido pela característica simples e comunitária das casas e pela solidez na construção. Depois que os cubanos foram embora, as casas foram nacionalizadas e vendidas a particulares, que hoje moram nelas ou as alugam. A que moramos é alugada de um moçambicano que comprou nessas circunstâncias.

Eduardo na janela da sala de casa

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22 ComentáriosDeixe um comentário

  1. …e mais outro filme…https://youtu.be/nRgNJu1sFZ8

  2. com filme aqui…1968 ou 67…https://youtu.be/N_PQDke_eU0

  3. ..e ainda arranjo muitas mais e filme,…1968…https://www.facebook.com/jorge.h.borges.5/posts/10204841816524765

  4. De louças, qual cubanos qual quê…vivi aí de 1968 a 74 e nunca lá vi qualquer cubano…se a construção é boa é porque os portugueses construíram uma bela cidade, aberta e livre…

    • Jorge, acredito que o senhor esteja com dificuldade de compreender a ordem cronológica. Como eu disse, os cubanos viveram nestas casas após a independência, portanto, depois de 1975. Sobre quem construiu as casas, como eu disse, essa é a história que é contada por quem vive hoje em Moçambique. Se é verdade, não tive como provar e deixo isso claro no texto. Mas a ouvi de pessoas que não abandonaram seu país e lá estão até hoje.

      • Oi Sandra……..coitada de si….todos os meus amigos lhe querem mostrar a verdade da lenda que é hoje contada não é….diga-me só uma coisa. Está em Moçambique?? Seria possivel arranjar mais fotos do nosso Redondo???Como pode ver para nós foi muito importante…….um abraço para si e obrigada por ter postado isto.

      • Boa tarde Sandra. Não tenho qualquer dificuldade em compreender a ordem cronológica, seja dos posts, seja da ocupação desse espaço pelos cubanos.Quanto à prova de que não foram eles (cubanos) quem as construiu está aí nesses links. Situações e vivências anteriores à data de 75.
        Obrigado por essas fotos de um espaço onde brincámos, crescemos, e o qual nunca mais vimos.
        Muito me ri (bem como os meus amigos que aí viveram) com a sua história da lenda e a plausibilidade da mesma dado a estrutura de vila e a qualidade da construção…

        Cumprimentos.

      • Me pareceu que o senhor estava confuso quanto à cronologia, sr. Jorge, quando referiu que nunca viu cubanos por estas bandas e morou lá até 1974. Como eu disse, os cubanos lá viveram – e sim, viveram – depois da independência. Ou seja, depois de 1975. Desta forma, seria impossível tê-los visto no período que lá o senhor viveu. Se foram eles que construíram as casas ou não, repito, nunca tive confirmação. Obrigada por suas contribuições.

      • Isabel, já não vivo mais em Moçambique. As fotos que tenho de lá são apenas essas que publiquei mesmo. Obrigada pela visita ao blog e fico feliz por ter trazido de volta as lembranças daquele espaço.

  5. A minha familia morava, mesmo ao lado… Prédio, lado direito… Até circa de 1976… Eu saí de Lourenço Marques, em ’72… Os edifícios em questão, designados pela malta como “O Redondo” (e a malta dessa area bem conhecida como “a malta do redondo”), foram erigidos, em cerca de 1965… Bem antes de quaisquer “cubanos” (eu vi essa construção)… E, depois da desbandada dos portuguêses, quase certo que os novos moradores nunca por essas casas pagaram… Grandes e boas memórias, independentemente… (Olá Carlos; Olá Belucha!!!)
    Tozé Amador (Canadá)

    • Talvez, então, tenha ficado no imaginário das novas gerações que os cubanos que construíram as casas por eles terem morado lá quando foram viver em Moçambique logo após a independência…
      Obrigada pela contribuição.

    • Oi ToZé……eu lembro-me que fomos para lá em 1965. Boas memórias sim……………….

  6. Olha o REDONDO….Qual U qual quê!!!Morei lá !!!E não havia lá cubanos.Nem zonas restritas!!!

  7. Oi Sandra…..não foi feito por cubanos depois da independencia não…….eu vivi lá bem antes e não era zona fechada mas sim aberta como de resto o era a cidade inteira e sim senhor o palácio era do governador da provincia

    • Oi Isabel, obrigada pela informação. Eu relatei assim, porque foi o que nos contaram os vizinhos quando nós moramos lá…

  8. Os meus comentários estão repetitivos mas a verdade é que vou me dando conta o quanto a historia dos PALOPs é quase sempre a mesma. Mesmo colono, processo de descolonização parecidos, chegada em massa de “cooperantes” de Cuba, China e ex URSS…

  9. Penso que essas histórias de Moçambique podem render um livro quando você voltar para o Brasil! Dou o maior apoio viu? Bjs

  10. O legal é que tem história pra tudo. E logo voce vai ser especialista em História de Moçambique. Quem sabe o Neilson vai ser historiador aí. Vou até ver se ele tem acesso ao seu blog. Ele vai gostar muito. beijos


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